A INFLAÇÃO NO PREÇO DOS ALIMENTOS EM OUTUBRO/20

A INFLAÇÃO NO PREÇO DOS ALIMENTOS EM OUTUBRO/20

IMPACTOS NO LUCRO DAS EMPRESAS DE ALIMENTAÇÃO – UM CONVITE À REFLEXÃO

  1. Introdução

Como praxe, a JLucentini – Consultores Associados passou a prestar uma informação qualitativa a respeito da inflação dos gêneros alimentícios, sendo outubro o segundo mês de apuração.

Nossos comentários, além dos itens componentes da inflação, analisam os impactos versus o reajuste de preços de contratos que tomam como base indicadores IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que nunca refletem o crescimento real de seus custos. Consequentemente, a margem de lucro cai e as empresas, para manter a lucratividade, acabam diminuindo a qualidade de seus cardápios, gerando insatisfação de seus clientes.

É um fato que temos evidenciado em todas as nossas consultorias, que denominamos como “círculo vicioso”. A insatisfação, cedo ou tarde, leva à ruptura do contrato.

  1. Metodologia

A coleta de dados refere-se a preços médios e à vista em três grandes atacados da Grande S. Paulo, tomando-se um cardápio-base composto por itens componentes do desjejum, almoço, lanche e jantar.  O objetivo é avaliar o preço à vista, pois de forma geral, quando as empresas de alimentação requerem aumento de pagamento ou rebates, os fornecedores nem sempre possuem margem de lucro que suporte esses custos adicionais, portanto os repassa aos seus respectivos preços de venda, com cálculo por dentro, acrescentando impostos e margem.

Recomenda-se que as áreas de compra possuam metodologia que determine o melhor preço econômico de compra.

3.Comentários sobre a inflação

A inflação média ponderada do mês de outubro perfez 0,5% no acumulado de setembro, que foi nosso primeiro mês de medição, e em outubro atingiu 3,5%.

Apesar de a inflação de outubro/20 ter sido baixa, alguns itens, base do cardápio, continuam a pressionar o custo das empresas de alimentação. São eles: arroz (27,5%), proteínas (9,9%), saladas (6,5%) e bebidas (17,3%).

Isso significa que a base de custo dos gêneros alimentícios continua alto.

O preço do arroz foi um dos grandes vilões no ano de 2020. Só este item está 50,81% mais caro agora do que há 12 meses, tendo três razões: aumento da demanda e exportação elevada no início do ano, fomentada pela alta do dólar.

Os itens com maior participação no cardápio são as proteínas e o LFV (legumes, frutas e verduras) que, juntos, representam em geral mais de 60% do custo total.

As proteínas animais registraram forte alta nos preços, devido à alta do dólar, ou seja, é mais rentável para os grandes frigoríficos exportar e ganhar mercado externo, mais difícil de conquistar, do que a oferta no mercado brasileiro. Assim, os consumidores em geral sofrem com esse efeito. Ainda, a falta da proteína bovina leva o consumidor a procurar outras alternativas: carnes de frango e porco, cuja maior demanda ocasiona maiores preços.

Os LFV têm sofrido impacto do clima. As altas temperaturas registradas em setembro repercutiram na comercialização das principais frutas no país. O forte calor acelerou a maturação de alguns produtos, o que motivou o comportamento de alta nos valores comercializados no atacado (portalnettoreis.com.br).

A alta do dólar também tem impactado em outros itens componentes do cardápio, destacadamente aqueles oriundos da farinha de trigo, cuja importação corresponde a 60% de nosso consumo interno, utilizado fabricação de pães, salgados e bolos. Adicionalmente, produtos como gorduras, óleos e derivados do leite também registraram preços mais altos nos últimos dois meses. O óleo de soja, por exemplo, é um dos que apresentou maior inflação neste segundo semestre.

Cabe ressaltar que há ainda outros itens, não compreendidos em nossa coleta, como produtos de limpeza, descartáveis que têm como matéria-prima componentes do petróleo e utensílios cujos componentes são o aço, que impactam na inflação alimentícia.

         

 Comentário final – Sua reflexão

Para vossa reflexão, seguem a seguir alguns índices de inflação oficiais que corroboram com o nosso artigo.

 

Índices – reajuste preçosAcumulado 12 meses2019
IPCA3,14%4,31%
INPC3,89%4,48%

 

Em seguida, os principais índices que influenciam no custo da matéria-prima utilizada na preparação das refeições e alimentos. Isso pode ser identificado em sua própria casa, quando você vai ao supermercado ou quando identifica em sua contabilidade pessoal em quanto evoluiu o seu dispêndio em alimentação.

Como a nossa tomada de inflação ocorreu a partir de setembro comparado a agosto, é provável que a sua inflação interna de compras e de custos seja muito similar ao índice do IPA (Índice de Preços por Atacado – Mercado) e pelos preços industriais.

Por outro lado, o seu reajuste de preços aplicado ficou muito abaixo disso, além de você poder ter considerado um “descontinho” no indicador.

Índices – Preços M PrimaAcumulado 12 meses2019
IPA – Índice Preços Atacado – DI29,14%9,08%
IPA – Agro DI46,21%17,31%
IPA – Preços Industriais19,40%7,13%
IGPM20,93%7,30%

 

Alguns economistas comentam que os índices de inflação em determinado momento se cruzam e chegam ao mesmo ponto. Em nossa experiência como consultores na área temos evidências que isso nunca ocorre na alimentação e as empresas do segmento empresarial e de varejo têm tido esse problema há muitos anos.

Se sua empresa está em situação similar aos pontos enumeramos neste artigo (queda de lucratividade, insatisfação de clientes, inflação interna superior aos índices de repasse de preços, operação logística e de distribuição, clientes ou operações com prejuízo, dentre outros aspectos), não deixe de contatar a JLucentini – Consultores Associados.

Nossa experiência permitirá ajudar sua empresa a encontrar a melhor relação custo-benefício.

 

klaus@jlucentini.com.br  Cel.: (11) 98848-1119

www.jlucentini.com.br

 

Cordial abraço,

José Carlos Lucentini, Msc.

CEO