A INFLAÇÃO NO PREÇO DOS ALIMENTOS EM FEVEREIRO/2021

  1. Introdução

A JLucentini – Consultores Associados mensalmente presta informação qualitativa, objetivando orientar os gestores de empresas de alimentação a respeito da inflação dos gêneros alimentícios, e seus impactos na erosão dos lucros.

A nossa metodologia considera preço à vista nos três maiores atacadistas do Estado de São Paulo, tomando-se um cardápio-base composto por itens componentes do desjejum, almoço (incluindo sopa), lanche e jantar.

  1. Precauções na análise pelos gestores em suas empresas

Destacamos os seguintes aspectos importantes que, em sua maioria, podem passar despercebidos pelos gestores.

  1. Preço à vista, pois quando as empresas de alimentação requerem aumento de pagamento ou rebates, os fornecedores nem sempre possuem margem de lucro que suporte esses custos adicionais, repassando-os, portanto, aos seus respectivos preços de venda, com cálculo por dentro, acrescentando impostos e margem, o que aumenta o custo final;
  2. A inflação interna, conforme temos demonstrado, tem se mantido muito acima dos reajustes de preços praticados, o que diminui a margem de lucro;
  3. Círculo vicioso – para manutenção da lucratividade, qualquer mudança no padrão dos cardápios e de pessoal, na maioria dos casos, representa alto risco de insatisfação dos clientes e, ao longo do tempo, possibilidades de ruptura de contrato.
  4. Aumento de custos pelos decretos do Governo do Estado de São Paulo. Os decretos emitidos em novembro/2020 (65.252, 65.253 e 65.254/2020) majoraram a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) em alimentação, de 3,2% para 3,69%, e o que pode passar despercebido é que vários produtos que compõem o custo da alimentação sofreram majoração, dentre eles proteínas, LFV (legumes, frutas e verduras), laticínios e seus derivados.

 

  1. Comentários sobre a inflação de fevereiro/2021

No quadro a seguir, apuramos a inflação de fevereiro/21 em 0,9%, que deve ser avaliada ângulos distintos.

  1. Positivo – manteve-se em baixo patamar (0,9%), se analisarmos exclusivamente o mês de fevereiro/2021;
  2. Negativo – teve um pequeno acréscimo em um pico alto de evolução nos custos internos das empresas de alimentação, pois em 2021, segundo nossas apurações, perfez 2,9%.

Os valores dos alimentos e combustíveis pressionam ainda mais o bolso do consumidor. Na prévia da inflação de fevereiro, ao passo que os combustíveis subiram, alguns alimentos desaceleraram – resultado da redução de preços de alimentos como a batata-inglesa, leite longa vida, óleo de soja e arroz. A pressão inflacionária nos combustíveis, entretanto, pode influenciar no valor dos alimentos, já que o transporte entra na composição do preço cobrados por comerciantes (www.veja.abril.com.br/economia).

As proteínas tiveram uma elevação nos preços de 35,22% entre janeiro de 2020 e fevereiro último, segundo pesquisa realizada pela USP. De acordo com o estudo, os preços foram puxados por dois motivos: aumento do gasto do produtor com rações e alta na exportação. A maior escassez de chuva nos últimos 50 anos no centro-oeste, em 2020, reduziu o pasto no campo e, com isso, o agricultor precisou investir mais em ração.

 

Em nossa pesquisa, os componentes para molho, temperos e sobremesa tiveram reduções nos preços, o que atenuou o impacto do aumento das proteínas, feijão, saladas e bebidas.

 

  1. Tendência dos preços dos insumos no curto prazo

Com o dólar em R$ 5,50 amplia-se a pressão sobre preços de alimentos como arroz e pão, e a alta do dólar tem pressionado indústrias de alimentos como café, trigo e arroz. O movimento preocupa os fabricantes porque o repasse para o preço final no varejo pode espantar o consumidor.

 

A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) diz que a nova alta de custos ainda não chegou às prateleiras, mas não é possível saber até quando, pois o câmbio tem afetado principalmente os insumos da produção.

 

A associação das indústrias do trigo diz que os moinhos vêm enfrentando aumento nos custos de importação do insumo, mas a maioria ainda está segurando os repasses porque tem receio de perder consumidores neste momento. A entidade diz que a rentabilidade do setor está em queda e não faz previsões de preços futuros – considerando, adicionalmente, que muitos de seus fornecedores podem estar recompondo os seus estoques e que eles receberão das indústrias um novo impacto nos seus custos, que serão repassados a toda a cadeia (supermercados, empresas de alimentação e varejo).

 

  1. Seu lucro está sendo consumido pela falta de controle nos reajustes de custos

Esperamos que esses comentários sirvam de alerta de como evitar a erosão de seus lucros.

Caso sua empresa deseje estruturar um processo de inflação interna de custos (que compreende mão de obra também) e, ainda, está em situação similar aos pontos enumerados neste artigo, com queda de lucratividade, insatisfação de clientes, inflação interna superior aos índices de repasse de preços, operação de logística e de distribuição, clientes ou operações com prejuízo, dentre outros, não deixe de contatar a JLucentini – Consultores Associados.

Nossa experiência permitirá ajudar a sua empresa a encontrar a melhor relação custo-benefício em toda a sua cadeia produtiva.

 

Cordial abraço,

José Carlos Lucentini, Msc.

CEO

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